Me salve dessa solidão, me salve da escuridão.
Me tire desse caminho onde sempre volto a passar, quando não te tenho mais por perto.
Não quero retomar passadas lembranças, não quero estar sozinha, não quero ter medo do amanhã!
Me deixe viver e viva comigo, me acompanhe, tenho insegurança de seguir essa estrada fria e solitária, não quero torná-la minha cúmplice novamente. Meus passos estão se tornando cada vez mais fundos e pesados, a cada vez mais, as raizes se prendem a eles, me puxando para baixo, para algo em que minha mente insiste em buscar, algo que não deveria existir.
Só quero entender o porque...
Me tire daqui imediatamente! Posso gritar para que me ajudem? Posso mostrar minha fúria? Onde estão todos para saberem para onde vou, quando não tenho para onde ir?
Solidão é algo péssimo, revoltante, relutante, me quebra, me derruba, me deixa irritada, me deixa magoada, triste.
E se for assim daqui pra frente? O que diabos farei?
Sigam meus passos, se afundem, se aprofundem nessa deliciosa tempestade recheada de nuvens negras, gota por gota, talvez expresse minha angústia, meu choro da qual escondo a tanto tempo.
Venha navegar nessa maré cuja o mar é preto, mesmo no raso, onde a areia é fina e cristalina, mas quando pisamos nela, é como uma armadilha, ela nos puxa, ela nos consome!
Vou tomar cuidado enquanto venham a minha busca, o caminho está perigoso, a neblina é densa e a terra escorregadia, não me pergunte onde estou, apenas me salve.
Também não sei onde fico quando estou sozinha comigo mesma.
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