terça-feira, 29 de outubro de 2013

Olha, a sensação que venho carregando no peito, é de quem passou por algumas lições pra poder chegar aonde chegou.
Até parece que sou grande coisa na vida, é, ainda não sou.
Mas num curto espaço de tempo, senti inúmeros dias passarem e marcarem-me com seus segundos.
Eu vi o tempo passar e eu não o vi ficar. Ele só passou, correndo por mim e cortando meu corpo em pedaços.
Parecia doença, parecia depressão. Era como se houvesse uma tempestade em cima da minha cabeça, e só dela. Não me interessava se você tinha problemas. Os meus eram o suficiente para eu não querer me colocar no lugar de mais ninguém.
Sabe, o peso de perder quem se ama? O peso de não poder ficar jogada no sofá sem fazer nada? O peso de mil vozes ao mesmo tempo te dizendo o que fazer, mesmo quando tudo estava em silêncio?
O problema era comigo mesmo. E era pequeno, na verdade. Mas pesava toneladas aqui dentro.
Acontece que aos poucos eu fui abraçando com força a ideia de me livrar da angústia que me cercava.
Dia-a-dia senti o tempo passando cada vez mais devagar. Senti os minutos passarem. Depois as horas. Até que senti os dias.
Acredito que uma hora ou outra, o corpo se cansa de sofrer, tenha-se motivos ou não. Afinal, cada um sabe o quanto pesa sua dor. E isso não se deve comparar, medir. Mas se deve refletir!
E eu refleti! Pra caramba viu? No ônibus, deitada na cama pronta pra dormir, em meio a um envio de e-mail de prioridade alta, no supermercado escolhendo qual o melhor pão. Era perseguição!
Mas como já disse... Eu senti os dias passando, e eles foram passando leves, com um gostinho de liberdade e de decisão tomada. Porque no fundo foi isso. Eu decidi que estava na hora de abrir um sorriso no rosto e parar de lamentar.
Foi assim, passando por rinha de galos no meu casulo que eu fui me libertar de minhas próprias represálias. E vou te contar que me senti pelo menos uns vinte quilos mais leve. De coração restaurado e alma lavada no tanque! Pois esfreguei! Esfreguei com força até não doer mais. Criei resistência a mim mesma.
Então logo se imagina que hoje eu sou forte. Ainda caio bastante. Dói.
 Mas levanto com estilo e não lamento!
Agradeço por me derrubar!

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