Posso sentir o frio na barriga, o nervosismo que havia, ansiosa para poder te ver, te tocar, falar com você.
Na verdade, minha voz mal saía, e a coragem era pouca de tomar sequer atitude, mas vontade nunca me faltou, isso é fato.
Talvez só precisasse de um empurrão, pra melhorar ainda mais, um puxão, que você me levasse com você, como dizem por aí, dançar no ritmo da música. Eu estava fácil, fácil de ser conquistada. Somente por você.
Você me dizia coisas indiretamente, mas estava tão na cara, que se tornavam diretas mesmo. Eu ria, ficava abobada, feliz. Mas quem vê, pensa que eu não fazia o mesmo, era tão visível que não era nem mais necessário dizer o que tanto queria ser dito.
E não passava na minha mente que essa história daria realmente certo, pra mim, a qualquer hora, eu estaria tão fragilizada que nem perceberia quando você disesse um Adeus.
Até hoje, só escutei uns olás, ainda bem.
Relembrando até mesmo do seu cheiro, quando ainda era incomum, consigo sentí-lo, mesmo sabendo que continua o mesmo. Coisas inexplicáveis, que só nós sabemos definir, talvez nem nós mesmos.
Consigo ver você chegando do outro lado da rua, naquela praça cheia de movimentação, e meu coração disparando, porque mais um dia você estava alí, tão próximo, e mesmo que fosse quase um estranho, eu me sentia completamente confortada, segura, porque sabia que o tinha aonde queria, alí, do meu lado, mesmo que estivesse se matando em cima de seu skate todo ralado, sua calça surrada, seu corpo suado, cabelo bagunçado, aquela blusa de flanela em xadrez. Cada detalhe.
Imagens que passam constantemente em minha cabeça, prontas como uma cena de filme, acompanhadas com uma vontade de reviver tudo isso, essas lembranças, e viver muito mais para poder reviver novamente esses momentos, fazer um zig-zag no tempo, mas sem mudar nada, apenas curtir tudo denovo, e principalmente você.
Me emocionei ao ver o quanto lutei por você, com você e com todos para ficarmos assim, juntos.
E sabe aquele frio na barriga inicial? Eu ainda o sinto, quando você me pega na cintura, me dá aquele abraço apertado, aquela cheirada no meu pescoço, aquele beijo meia lua no cantinho direito da boca, de todos os telefonemas que recebo atentamente todos os dias.
Apenas para escutar sua voz, que sempre começa assim...
Oi.
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